ublicado em 20/04/2011 às 21h35:
Governo aumenta taxa básica de juros de 11,75% para 12% sem unanimidade
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou a taxa básica de juros do país, a Selic, de 11,75% para 12%, nível mais elevado desde o período de 22 de janeiro a 11 de março de 2009, quando o juro básico vigente foi de 12,75% ao ano. A decisão, entretanto, não foi unânime. Cinco integrantes do comitê votaram por alta de 0,25 ponto porcentual, enquanto dois, por elevação de 0,50 ponto porcentual.
Após a decisão, o comunicado do BC afirma que "considerando o balanço de riscos para a inflação, o ritmo ainda incerto de moderação da atividade doméstica, bem como a complexidade que ora envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que, neste momento, a implementação de ajustes das condições monetárias por um período suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta em 2012".
A afirmação foi interpretada como indicação de que pelo menos mais uma elevação da Selic será feita. A próxima reunião do Comitê será nos dias 7 e 8 de junho.
Sob a presidência de Alexandre Tombini e com uma diretoria composta exclusivamente de funcionários públicos, o ajuste nos juros este ano já soma 1,25 ponto porcentual, bem próximo do aperto de 1,5 ponto porcentual promovido por Henrique Meirelles quando este assumiu o BC do governo Lula em 2003.
Na gestão Meirelles, no entanto, o ajuste no juro ocorreu sobre uma base mais elevada, já que a Selic herdada foi de 25% ao ano, e dava continuidade a um ajuste iniciado pelo governo anterior logo após as eleições, que já tinha subido o juro básico em 7 pontos porcentuais.
Apesar de o BC de fato estar apertando as condições da economia - tanto via alta de juros, como por meio de medidas de contenção de crédito -, a autoridade monetária ainda está sob fogo cruzado do mercado financeiro.
Do lado do BC, o último relatório de inflação deixou claro que a autoridade monetária está de olho não só em domar a inflação, mas também em não sacrificar demais o crescimento econômico. Por isso, o documento trouxe explicitamente que o BC não vai buscar o centro da meta (4,5%) neste ano, apostando que este objetivo será alcançado em 2012.
A autoridade monetária já se preparou para conviver com críticas até o terceiro trimestre do ano, enquanto a inflação em 12 meses estiver rodando em níveis elevados, mas espera que no final do ano o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado começa a desenhar claramente a trajetória de convergência para a meta de 4,5%, que já poderá ser alcançada até o segundo trimestre do ano que vem.
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